Amélias

Amélia que era mulher de verdade!


Nunca vi fazer tanta exigência

Nem fazer o que você me faz
Você não sabe o que é consciência
Nem vê que eu sou um pobre rapaz
Você só pensa em luxo e riqueza
Tudo que você vê você quer
Ai, meu Deus, que saudade da Amélia
Aquilo sim é que era mulher
Às vezes passava fome ao meu lado
E achava bonito não ter o que comer
E quando me via contrariado
Dizia: Meu filho, que se há de fazer
Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade
Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade
Amélia que era o que??


É normal, nós, mulheres, sermos criticadas pelo que sabemos ou não fazer dentro de uma casa - lavar, passar, limpar, cozinhar - e mesmo isso parecendo algo tão antigo, ainda domina a cabeça medíocre de muita gente (que aqui vou chamar de gentinha). Para essas "gentinhas" no geral, o que as mulheres modernas fazem são acúmulos de função - trabalhar, estudar, pagar suas contas, dirigir, ter a própria casa para cuidar, ser chefe, resolver pendencias burocráticas, e ainda por várias vezes aprender a trocar pneus, usar uma furadeira, prego e martelo, funções (muitas dessas) que antigamente cabiam somente aos homens, e além de tudo isso ainda encontram tempo para "cuidar-de-si"!


E não adianta sermos as melhores empregadas, funcionárias, chefes, não mesmo se não formos ótimas na cozinha, soubermos lavar e passar, e além disso termos um grande sonho "ser mãe" e por muitas vezes, em vários exemplos que vejo frequentemente por aí, ser mãe do próprio marido/companheiro/namorado. 


Aí me pergunto, será mesmo que numa sociedade que se julga tão moderna, repleta de pessoas modernistas, ainda é admitível**  que as mulheres mesmo sendo responsáveis por boa parte da renda familiar, ainda tenham que arcar com as tarefas da casa sozinhas, e ainda devam respeitar os padrões de mulher.gostosona.faz.tudo.pelo.companheiro.estilo.propaganda.de.cerveja ou mulher.dona.de.casa.mãe.de.família.estilo.comercial.de.margarina para serem "boas mulheres"?! 


Talvez esteja passando da hora deste estereotipo de mulher mudar. 


Hoje encontramos mulheres - ótimas médicas. 
Mulheres - ótimas advogadas. 
Mulheres - ótimas administradoras.
Mulheres - ótimas arquitetas. 
Mulheres - ótimas donas de empresas. 
Mulheres - Ótimas e pronto que fazem o que escolheram para as suas vidas, ganham honestamente, e mesmo sendo desta forma ainda enfrentam os maus olhares de uma sociedade machista imposta - inclusive - pelas próprias... mulheres. Que decepção!! 


Hoje as mulheres que sonham em casar, pensam muito antes de assumir realmente este compromisso - sem contar que o preço de um casamento nos tempos atuais é tão exorbitante que daria para mobiliar uma casa inteira - é de se pensar mesmo não?!
As que ainda querem ter filhos então... nem se comenta, só vem antes do tempo por "erro de percurso" (hahaha - podem rir à vontade foi erro de percurso mesmo, mas sem dúvidas o melhor erro da minha vida).


É minha gentinha! 
Já é tempo de mudar e valorizar o que as mulheres realmente são, cada uma com suas funções, com suas qualidades e defeitos, com ou sem corpos exuberantes, maquiadas, amanhecidas, produzidas ou não. Cada um é o que é. E como já diz um velho e conhecido texto 

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera....


Ou um outro do mesmo "cara" que é tão sábio com as palavras - eu acho - 
... Os machos estão com medo das "mulheres-liquidificador". O modelo da mulher de hoje, que nossas filhas ou irmãs almejam ser (meu Deus!), é a prostituta transcendental, a mulher-robô, a "Valentina", a "Barbarela", a máquina-de-prazer sem alma, turbinas de amor com um hiperatômico tesão. Que parceiros estão sendo criados para estas pós-mulheres? Não os há. Os "malhados", os "turbinados" geralmente são bofes-gay, filhos do mesmo narcisismo de mercado que as criou...
Enfim, talvez seja o caso de valorizar-se as mulheres como um todo, como parceira, dedicada, decidida, companheira de todas as horas, e não exclusivamente como a mulher.modelo.de.qualquer.coisa.que.seja! 


,* DaniRoncato

**acho que inventei uma palavra nova! 

  

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